A Balada Literária disponibiliza para download gratuito cinco livros dos participantes do projeto Vivências Literárias. Com o apoio do Itaú Social e com a coordenação do escritor Marcelino Freire, o evento contou com cinco encontros virtuais transmitidos no Polo, ambiente de formação do Itaú Social. No decorrer dos encontros, Marcelino recebeu para um bate-papo os autores Julie Dorrico, Paulo Lins e Socorro Acioli. Foram abordados temas como gêneros literários de autoficção e biografia, produção escrita a partir da vivência da infância, criação de sinopse, técnicas literárias para soltar o texto, entre outros. O projeto teve a direção de arte de Daniel Minchoni.
Desde 1993, o Itaú Social desenvolve, implementa e compartilha iniciativas sociais para contribuir com a melhoria da educação pública brasileira.
AS OBRAS SÃO:
Caixas papéis janela memórias alheias – Fabiana Pedroni
Anjos apenados – Isa Fauegi
Quando era mato, tudo -Kenny Rogers
Me ensina e escrever o meu nome – Monaliza Caetano
Sete crenças e uma família – Valdelice Santos
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Há algum tempo aqueles que se dedicam a pensar educação deixaram de utilizar infância no singular, porque tornou-se impossível fechar os olhos ao fato de que existem muitas infâncias, de que elas são plurais e constituem-se como experiências profundamente marcadas pelo meio onde se desenrolam. Este texto dá-nos a conhecer imagens, pensamentos e interações presentes em infâncias ainda pouco retratadas. As memórias são a boa matéria-prima, e a escrita em trechos curtos que ora o texto assume é inovadora.
Os temas são singelos, por isso mesmo envolventes. Não resta dúvida de que são vindos da memória histórica e afetiva da escritora. Se não, da fabuladora. Esta obra consegue, de maneira fluida, dar conta do cotidiano no Recôncavo da Bahia, sem exageros ou mitificações desnecessárias. Há cor local. Há também um vocabulário em equilíbrio com o objeto narrado. Temática que nos interessa, sobre o modo de vivenciarmos como povo nossas experiências de fé e crenças.
Sejam galinhas ou meninas, poleiros ou conversas de internet, há sempre uma ideia a ser rompida no livro de contos estreado pela escritora. Memórias que tocam pontos sensíveis de quem lê. Na linguagem verbal e na temática que mistura conteúdos, há a tensão necessária para envolver o leitor.
Compactar memórias, o drama do livro segue numa caixa simbólica que o personagem, ao mudar de casa, precisa preparar. Escolher. A memória é pensada em si. Não se trata de narrar algo preso à memória, mas de selecionar o que deve ficar na memória do instante presente, já que o texto encena um tempo de mudança. Com isso, a narrativa se verticaliza no debate do conceito e na tentativa de pensar na construção “objetiva” da memória.
Nesse conjunto de contos com poética instigante, a subjetividade muito apropriada em primeira pessoa faz com que o leitor se veja no lugar do narrador-personagem. O tema da educação “ressocializadora” evoca um mundo pouco conhecido e que certamente carrega histórias tensas, capazes de expandir a imaginação de quem lê. A escrita é construída a partir de fragmentos que, como num diário, deixam ver não apenas as ações, mas também o que ocorre diante delas e de quem comanda a caneta de memórias.