João Silvério Trevisan ministra oficina de escrita criativa na Balada Literária

João Silvério Trevisan ministra oficina de escrita criativa na Balada Literária

A Balada Literária promove, em doze encontros, um por semana, durante três meses, via plataforma Zoom, das 19h30 às 22h, a oficina Escrever Literatura Para Aprimorar A Expressão Pessoal com o premiado escritor João Silvério Trevisan. As aulas serão realizadas todas às terças-feiras, de 3 de outubro até 19 de dezembro de 2023. O valor de investimento é de R$1200,00 com as formas de pagamento: pix, boleto bancário, cartão de débito e crédito (podendo ser parcelado em até 4x).

As inscrições poderão ser feitas, a partir de 18 de agosto, pelo site ACESSE AQUI. As vagas são limitadas.

Para Trevisan: “Acho importante que as pessoas conheçam o percurso expressivo de quem escreve profissionalmente. Tenho uma longa história como escritor. Na oficina, pretendo dar exemplos da minha experiência no trato literário. Não apenas questões relacionadas à escritura dos livros mas também aquilo que a literatura me ensinou para me expressar”. E avalia: “Parte da minha vida floresceu em contato com as obras que li. Minha adolescência num seminário católico sofreu uma guinada graças a um livro que li, a ponto de decorar trechos no francês original. Os dois primeiros contos que publiquei quando adolescente e me deram dois prêmios nacionais foram importantes para desenvolver minha vocação literária”.

João Silvério Trevisan, que lançou o seu recente romance Meu irmão, eu mesmo, estrutura a oficina em duas vertentes básicas nos trabalhos: escrever a partir de exercícios propostos; e discutir. Todos os textos precisam ser discutidos por todo o grupo. O debate é importante para dar e colher opiniões entre colegas.

Segundo ele, que foi um dos primórdios em ministrar oficinas de escrita criativa no país: “A literatura é o ápice de expressividade em cada língua e cultura. Mas se expressar com acuidade não é privilégio da profissão de escrever. É uma necessidade quotidiana, que exige aprendizado permanente, nas mais diferentes situações da vida”. Acrescenta: “Cada pessoa tem seu jeito de se expressar, e isso é uma invenção pessoal e intransferível. Até mesmo o processo de autoconhecimento ficará mais difícil se não soubermos nos expressar a nós mesmos e ao mundo que nos rodeia. Através dos recursos que a literatura oferece, esta oficina buscará aprimorar os caminhos pessoais de expressão. Parto da minha própria vida. Foi a descoberta dos poemas de Drummond e Jorge de Lima que induziram um garoto tímido como eu a declamá-los em concursos escolares. Eles me deram a régua e o compasso”.

Já é a quarta turma que a Balada Literária promove juntos ao premiado escritor, utilizando o mecanismo virtual tornando, assim, um facilitador para que muitas pessoas do Brasil e de vários lugares do mundo possam participar e colocar, aprendendo e colocando em prática as variadas formas de escrever. “Não se trata de curso de extensão universitária. Uma oficina literária requer mais do que a simples dedicação intelectual. Implica basicamente um trabalho de treinamento”, apontou Trevisan. “Também não se trata de um cursinho em 10 lições práticas para ser escritor/a, porque toda fórmula é avessa à criatividade. Criar, seja através da prosa ou da poesia, é o que interessa. Por extensão, esse treinamento expressivo significará o aprimoramento da prática de leitura literária. Se conhecemos melhor os recursos da literatura certamente podemos desfrutar melhor as leituras que fazemos e valorizar as obras que lemos”, pondera.

Como método prático, o autor professor destaca que apresentará exemplos de autores e autoras consagradas, de modo a oferecer subsídios de recursos e técnicas literárias. “Também darei exemplos da minha própria obra, para ilustrar dificuldades e soluções encontradas em muitos momentos da minha produção. Compartilhar os bastidores da escritura dos meus livros pode amadurecer quem se interessa em escrever ou simplesmente gosta de ler”.

JOÃO SILVÉRIO TREVISAN

João Silvério Trevisan exerce atividades profissionais nas mais diferentes áreas artísticas e culturais. Escritor de literatura ficcional, ensaística e infanto-juvenil, tem 13 livros publicados, entre ensaios, romances e contos. Está lançando a 2ª edição ampliada e atualizada de SEIS BALAS NUM BURACO SÓ (A CRISE DO MASCULINO), pela Ed. Objetiva. Sua publicação anterior, em 2019, foi o romance A IDADE DE OURO DO BRASIL (Ed. Alfaguara). Em 2018, saiu a 4ª edição atualizada e ampliada de seu estudo já clássico: DEVASSOS NO PARAÍSO – A HOMOSSEXUALIDADE NO BRASIL, DA COLÔNIA À ATUALIDADE (Ed. Objetiva). Sua primeira obra autobiográfica PAI, PAI (Ed. Alfaguara, 2017), foi finalista dos prêmios Jabuti e Oceanos.

Desde 1987, vem coordenando concorridas oficinas de criação literária, realizadas em diferentes instituições no Brasil e na internet, pelas quais já passaram mais de uma geração de novos escritores. Foi contemplado com alguns dos principais prêmios artísticos brasileiros, tendo recebido 3 vezes o Prêmio Jabuti, um dos mais reputados prêmios literários do Brasil, assim como 3 vezes o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA), o último deles com seu mais recente romance: REI DO CHEIRO (Ed. Record, 2009).

Sua obra já foi traduzida para o inglês, alemão, espanhol, italiano, polonês e húngaro. Ativista na área de direitos humanos, fundou em 1978 o “Somos”, primeiro Grupo de Liberação Homossexual do Brasil, e foi um dos editores-fundadores do mensário “Lampião da Esquina”, o primeiro jornal voltado para a comunidade LGBT brasileira, ainda na década de 70. Viveu em San Francisco/Berkeley (USA), Cidade do México e Munique (Alemanha). Atualmente reside na cidade de São Paulo.

BALADA LITERÁRIA

A Balada Literária nasceu em 2006. Foi durante uma edição da Festa Literária Internacional de Paraty que Marcelino Freire resolveu fazer a própria festa, tomando como inspiração e referência a Vila Madalena, em São Paulo, bairro em que ele reside há quase três décadas. Mobilizou livreiros, donos de bar, donos de sebo, escritores e escritoras e fez uma primeira edição modesta, sempre reunindo autores de todos os gêneros sexuais e literários, nacionais e internacionais. Virou essa a cara do evento: a cara da diversidade. A Balada já acontece também em Teresina (desde 2017) e em Salvador (desde 2015). Já passaram pela Balada, entre outros, Adélia Prado, Adriana Calcanhotto, Amara Moira, Ana Maria Gonçalves, Antônio Cândido, Áurea Martins, Binho, Caetano Veloso, Chico César, Conceição Evaristo, Emicida, Gog, João Ubaldo Ribeiro, José Luandino Vieira, Lygia Fagundes Telles, Mia Couto, Ondjaki, Phedra de Córdoba, Rogéria, Sérgio Vaz, Ney Matogrosso, Valter Hugo Mãe, Wagner Moura e Tom Zé.

Em 2023, a Balada Literária celebrará, em sua edição anual, a Região Nordeste do país, tendo como tema principal “O Beijo que vós me nordeste” e os homenageados e homenageadas Chico César, Maria Vilani e Rosane Borges. O evento acontecerá no início de dezembro.

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